19 setembro 2011

Celebração de um passado heróico

Para quem mora ou convive com o Rio Grande do Sul, sabe que o 20 de setembro é muito especial para nosso Estado. A data tem toda uma simbologia, da luta do gaúcho pela conquista de sua própria identidade. Ao celebrarmos não estamos saudando a vitória em uma guerra, até porque nas guerras ninguém sai realmente vencedor, mesmo quando aniquila seus inimigos. A dor e as cicatrizes superam qualquer sentimento de vitória. Nós gaúchos, comemoramos, sim, é a postura altiva e corajosa dos nossos antepassados frente aos desmandos praticados pelo Império. Os guerreiros Farrapos não venceram. Jamais poderiam vencer. Eram relativamente poucos e levavam grande desvantagem bélica e financeira frente ao exército imperial.. O grande mérito dos Farrapos está na perseverança de resistir em condições adversas durante tanto tempo – uma década. Diferente de todas as outras rebeliões surgidas no Brasil, à época, o levante farroupilha foi o único em que a pacificação se deu através de acordo. Sim, a Guerra dos Farrapos teve um final digno e honroso para os farroupilhas. Primeiro, porque não houve rendição unilateral. Os rebeldes aceitaram depor as armas após várias concessões do governo imperial. Em nome da paz, e também da proteção à fronteira meridional do Brasil, o Império aceitou a incorporação dos soldados farroupilhas ao Exército, reconheceu a patente de oficial aos líderes do movimento, concedeu anistia geral e completa aos revoltosos, libertou os escravos que participaram da revolta e fortaleceu a assembléia local. Sem dúvida, podemos dizer que a saga farroupilha teve um final tão honroso e digno como a causa que motivou a mais longa revolta interna da história do Brasil. A saga farroupilha é um exemplo de postura altiva e coragem, de perseverança e resistência, mesmo em condições adversas. E teve um final tão honroso e digno como a causa que motivou a mais longa revolta interna da história do Brasil. O herói farrapo demonstrou, mesmo na guerra, sua infinita disposição à paz. E o gaúcho como nenhum outro povo desse país continental que é o Brasil, teve a oportunidade de escolher… e decidiu ser Brasileiro. www.pompeo.com.br

11 setembro 2011

O retorno ao blog e o 11 de setembro

Depois de 2 anos e muitos adiamentos, decidi voltar a postar no blog. A falta de tempo e talvez alguma resistência em gerar polêmicas com opiniões pessoais acerca dos assuntos diários, sempre foram obstáculos; além da preocupação em não conflituar Com minha condição de assessor parlamentar no Congresso Nacional. No entanto, creio ter condições hoje de dosar o equilíbrio do tempo e da prudência para escrever. Recomeço num dia emblemático, no aniversário do 11 de setembro de 2001. Como quase todo mundo, lembro com detalhes daquele dia. Um dia que congelou a todos em frente aos aparelhos de TV. A internet ainda não desempenhava o papel que tem hoje, o que fazia da televisão o meio de comunicação único de transmissão das inacreditáveis imagens vindas dos EUA. Passei o dia todo na frente da TV e o trabalho obviamente pouco rendeu naquele dia, ou pelo menos, não lembro de nada relevante que fiz, a não ser absorver a carga de notícias e repercussões dos aterrorizantes eventos. A frase que mais ouvi nas horas seguintes aos ataques ao World Trade Center e ao Pentágono, é de que aquele dia mudaria o mundo para sempre. O tempo acabou provando que não mudaria, ou quase nada mudou, infelizmente, creio. Tinha tudo para mudar, mas a verdade é que o 11 de setembro não ensinou nada de construtivo para governos, países, para a humanidade, enfim. Governos não aprimoraram suas relações internacionais de forma a reduzir conflitos e divergências. E as sociedades nada fizeram de relevante no caminho da tolerância para com as diferenças culturais. Osama Bin Laden está morto, mas seus seguidores continuam aí, à espera de uma nova chance. Assim como permanecem mais fortes do que nunca, os preconceitos, as disputas, o desprezo aos direitos humanos e os interesses expúrios que se sobrepõem à paz mundial. O mundo continua o mesmo de antes do 11 de setembro. Apenas o ódio cresce.

12 outubro 2009

"Chega de pensamento positivo"

Pesquisadores canadenses demonstram que o pensamento positivo até dá resultado. Só há um problema: é o resultado oposto.Uma das explicações dos autores é que, quando ouvimos afirmações radicalmente opostas àquelas em que acreditamos, nós não apenas nos mostramos céticos, como tendemos a aderir com ainda mais força nossa posição original.
No link, veja a matéria no site da Revista Época:

http://migre.me/8QXu

11 outubro 2009

"A humanidade é bipolar", diz psiquiatra alemão

Revista Época traz esta semana entrevista com Wolfgang Sperling, em que afirma que a recessão e a gripe suína são só sintomas de uma doença coletiva global.
Se isso realmente for verdade muitas outras coisas estariam explicadas. Leia a entrevista e tire suas próprias conclusões:

http://migre.me/8Prh

22 setembro 2009

Começou hoje 2ª Mostra Sapiranga

# Abertura da 2ª Mostra Sapiranga foi hoje pela manhã. A feira reúne a produção de 76 empresas, 250 marcas de calçados e 13 comitivas internacionais.

# A primeira edição da Mostra Sapiranga realizada em 2008, foi sucesso em visitação e em realização de negócios

# Os negócios fechados pelos empresários atingiram de R$10 milhões de reais em vendas e uma visitação de aproximadamente 6 mil pessoas.

# Avaliação positiva de Lula subiu 1 ponto, diz CNI/Ibope. http://migre.me/7tsX

No Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência persiste constatação de que Poder Público e sociedade têm dívidas a resgatar.

18 julho 2009

A cobertura midiática e o Congresso da UNE

[Elucidativo texto de Altamiro Borges sobre o Congresso da Une e a cobertura manipuladora que a Mídia faz do evento. A intenção clara não é informar mas (de)formar a opinião pública sobre a atuação da entidade e seus integrantes]


A cobertura midiática e o Congresso da UNE


Por Altamiro Borges [Sexta-Feira, 17 de Julho de 2009 às 12:26hs]

Após viajarem milhares de quilômetros em centenas de ônibus fretados, mais de 15 mil jovens de todos os recantos do país estarão reunidos em Brasília para participar do 51º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE). Durante cinco dias, eles esbanjarão energia, criatividade e garra em várias passeatas, em acirradas polêmicas nos 25 grupos de debate sobre temas candentes e em plenárias infindáveis. Não haverá cansaço ou desanimo, mas uma baita disposição para lutar por melhorias na educação e por mudanças profundas no país. Caso a mídia tupiniquim respeitasse a nossa juventude, o congresso seria manchete em todos os jornais e nas emissoras de TV e rádio.

Mas a mídia hegemônica prefere evitar qualquer engajamento dos jovens. Ela aposta sempre na alienação e ceticismo. Rejeita qualquer ação coletiva. Prefere estimular o consumismo doentio e o individualismo exacerbado. Por isso, o evento da UNE surge, no máximo, no pé de página dos jornalões tradicionais ou em rápidos flashes na TV. Quando ela trata do evento, é para atacar a organização juvenil e criminalizar suas lutas. Ela omite ou emite opiniões raivosas. Como nos ensina Perseu Abramo, no livro “Padrões de manipulação na grande imprensa”, a ocultação e a inversão da opinião pela informação são duas técnicas muito utilizadas pelos barões da mídia.

Padrões de manipulação da imprensa

“O padrão da ocultação se refere à ausência e presença dos fatos reais na produção da imprensa. Não se trata, evidentemente, de fruto do desconhecimento e nem mesmo de mera omissão diante do real. É, ao contrário, um deliberado silêncio militante sobre determinados fatos da realidade. Esse é um padrão que opera nos antecedentes, nas preliminares da busca da informação, isto é, no ‘momento’ das decisões de planejamento da edição, naquilo que na imprensa geralmente se chama de pauta... O padrão da ocultação é decisivo e definitivo na manipulação da realidade: tomada a decisão de que um fato ‘não é jornalístico’, não há a menor chance de que o leitor tome conhecimento de sua existência por meio da imprensa. O fato real é eliminado da realidade, ele não existe”, ensina o mestre na obra reeditada pela Fundação Perseu Abramo.

Já o segundo truque visa “substituir, inteira ou parcialmente, a informação pela opinião. O órgão de imprensa apresenta a opinião no lugar da informação, e com o agravante de fazer passar a opinião pela informação. O juízo de valor é inescrupulosamente usado como se fosse a própria mera exposição narrativa/descritiva da realidade. O leitor/espectador já não tem mais diante de si a coisa tal como existe ou acontece, mas sim uma determinada valorização que órgão quer que ele tenha de uma coisa que ele desconhece, porque o seu conhecimento lhe foi oculto, negado e escamoteado pelo órgão... Ao leitor/espectador não é dada qualquer oportunidade que não a de consumir, introjetar e adotar como critério de ação a opinião que lhe é autoritariamente imposta”.

O zumbido irritante da Folha


Estes e outros truques da manipulação estão presentes na cobertura do cativante evento da UNE. As emissoras de televisão, que falam para milhões de brasileiros, preferem ocultar o congresso; é como se ele não existisse. Já os jornalões tradicionais, que atingem pequenas faixas entorpecidas das camadas médias, optam por desqualificar os militantes estudantis e suas bandeiras. A opinião substitui a informação. Um caso emblemático é o da cobertura da Folha de S.Paulo, que ainda ilude os ingênuos com o seu falso ecletismo. Com o título “Patrocinada pela Petrobras, UNE faz manifestação contra a CPI”, um texto de pé de página investiu raivosamente contra o congresso.

Não há qualquer informação sobre a pauta do congresso, sobre os participantes ou sobre as lutas estudantis. O artigo hidrófobo destaca apenas que a Petrobras “direcionou R$ 100 mil ao evento” e que os universitários programaram uma manifestação contra a CPI do Senado. A exemplo dos ataques desferidos contra o MST e as centrais sindicais, que recebem verbas públicas para vários projetos culturais e educacionais, a Folha tenta caracterizar a UNE como “governista”. Também critica o fato dos líderes estudantis ocuparem postos no governo Lula. O cinismo é descarado.

Quem está de rabo preso?

Um simples anúncio publicitário da Petrobras na Folha custa muito mais do que o patrocínio ao congresso da UNE. Nem por isso, ela é governista. Pelo contrário. O jornal é um dos principais porta-vozes da oposição demo-tucana. Para ser coerente nas críticas ao uso das verbas oficiais, a Folha deveria rejeitar os milionários anúncios em suas páginas. O governo Lula também poderia ser mais ousado, evitando alimentar cobra. Quanto a tal CPI do Senado, o jornal não informa que ela foi instalada por imposição da própria mídia e serve aos propósitos da oposição demo-tucana. Já no que se refere aos líderes estudantis em postos do governo, a Folha confirma que tem nojo do povo. Para ela, trabalhador é para trabalhar; estudante é para estudar; e a elite é para governar.

No livro citado, Perseu Abramo desmascara a frase publicitária do jornal. “A Folha está de rabo preso com o leitor só tem seu verdadeiro significado desvendado quando recolocada de pé sobre o chão e lida com a re-inversão dos seus termos: o leitor é que está de rabo preso com a Folha, e por extensão com todos os grandes órgãos de comunicação. Recriando a realidade à sua maneira e de acordo com seus interesses político-partidários, os órgãos de comunicação aprisionam seus leitores nesse círculo de ferro da realidade irreal e sobre ele exercem todo o seu poder. O Jornal Nacional faz plim-plim e milhões de brasileiros salivam no ato. Folha de S.Paulo, Estado de S.Paulo, Jornal do Brasil e Veja dizem alguma coisa e centenas de milhares de brasileiros abanam o rabo em sinal de assentimento e obediência”.

Revista Forum

17 julho 2009

XIITAS E CANIBAIS

["XIITAS E CANIBAIS", é um imperdível artigo do irônico e sarcástico Juremir Machado.]



XIITAS E CANIBAIS

Juremir Machado/Correio do Povo - 17/07/2009

A política é a arte de colocar rótulos negativos nos adversários. Houve um tempo em que a esquerda era especialista nesse tipo de operação. Depois, a direita foi para o ataque e, como tem mais espaços na mídia, impôs a sua retórica. O maior sofisma da direita foi espalhar que não existiam mais esquerda e direita, o que obviamente é um pensamento de direita. O interessante é que a direita denunciava o fim da divisão entre esquerda e direita ao mesmo tempo em que designava a esquerda como fator de atraso social. Os rótulos inventados pela direita que mais pegaram e desqualificaram as pessoas de esquerda foram 'xiita', 'fundamentalista', 'radical' e 'fanático'. Tudo o que pode ser aplicado à direita.
Quem é mais perigoso para o Brasil: Heloísa Helena ou José Sarney? Quem fez mais mal ao mundo: Bové ou Bush? Quem foi mais radical: Dick Cheney ou Hugo Chávez? Quem é mais xiita: Pedro Ruas (PSol) ou Paulo Feijó (Dem)? Eu não tenho dúvida alguma. Bush era xiita, fundamentalista, radical e fanático. Paulo Feijó é o vice-governador mais xiita da história do Rio Grande do Sul e talvez do Brasil. Bem que a tucana Yeda Crusius merece. Quem é mais transparente e coerente: o PSDB de Yeda ou o PSol de Luciana Genro? Quem é mais xiita: Luciana ou Yeda? Mais uma vez, não hesito: Luciana Genro é um exemplo de coerência política e de republicanismo. Supera até Gabeira, que pisou em casca de banana e mandou uma filha passear no Havaí com passagem da Câmara dos Deputados.
O xiitismo neoliberal afundou o mundo na sua maior crise depois de 1929. O xiitismo de Yeda já conseguiu superar o de Antonio Brito. A tucana garante que está sendo vítima de uma campanha da oposição. Lair Ferst é da oposição? Marcelo Cavalcante era da oposição? Paulo Feijó é da oposição? Os mais de 20 secretários que abandonaram o barco ou foram defenestrados eram de oposição? A Polícia Federal e o Ministério Público são da oposição? As maracutaias no Detran nunca existiram? Foram uma mera invenção da oposição? Por que Yeda Crusius não processa aqueles que supostamente a 'caluniam'? Tem muita coisa mal explicada nesse barraco todo. Muita retórica, pouca substância. A moderação costuma ser o melhor álibi do radicalismo. Nada mais radical do que um 'moderado'.
O PT era radical. Hoje, é moderado. Ficou muito mais perigoso. Radicalmente mais fanático. Por cargos. Ganhou um jeito de PMDB, o mais xiita dos partidos brasileiros com verniz moderado. Quem é mais radical, xiita, fanático e fundamentalista: Renan Calheiros ou Eduardo Suplicy? Edmar do Castelo ou Maria do Rosário? Sérgio 'Estou me Lixando' ou Marta Suplicy? Os pontaleiros ou os ecologistas? Delfim Netto ou Guido Mantega? Mônica Leal ou Margarete Moraes? Olavo de Carvalho ou LFV? (aí a briga é braba). Marisa Abreu ou o Cpers? A revista Veja ou a Carta Capital? (outro empate técnico). A direita, além de xiita, radical, fanática e fundamentalista, é canibal. A ideologia da direita é dizer que não tem ideologia.